De: Malinga Dambo
P’ra quê eu chorar perda
Se os teus olhos cintilantes
Dos mais excelsos cristais do universo
São estrelas d’outra órbita fulminantes?
P’ra quê eu chorar perda
Se teus dentes de diamantes
Trituram corações fiéis no amor
Na farsa do sorriso instigantes?
P’ra quê eu chorar perda
Se curvas no teu corpo acidentado
Contornam roseirais da fieldade
E envoltas pelos espinhos da generosidade?
P’ra quê eu chorar perda
Se as tuas fendas da solidariedade
São camufladas em sorriso na superfície
E perfurações de amargura na profundidade? P’ra quê?
“«Propheta, ou o que quer que sejas!
«Ave ou demonio que negrejas!
Propheta sempre, escuta, attende, escuta, attende!
«Por esse céu que alem se estende, «Pelo Deus que ambos adoramos, falla,«Dize a esta alma se é dado inda escutal-a
«No Eden celeste a virgem que ella chora
«Nestes retiros sepulchraes,
«Essa que ora nos ceus anjos chamam Lenora!»
E o corvo disse: «Nunca mais.»”
O Corvo – Edgar Allan Poe
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