A ribombar os tambores
Embriagam, da tarde, os ares
Elevando altos clamores
Aos tênues raios solares
Transmuta-se em fescenino
Freme e dança em frenesi
Ferino, morde, felino
Retorno ao bicho da gênese
E libamos a Dionísio
Engolidos no crepúsculo
Em mim desliza e eu deslizo
Enquanto contraí seu músculo
É a cópula primordial
Somos besta e divindade
Na consagração ritual
É passado e eternidade
Ondeando em teu quadril
Em estrondosa corrente
Desemboco no teu rio
Ah, tão caudaloso e quente!
Então o tambor silencia
Após metamorfoseados
Lá na dança que sacia
Já, a dormir transfigurados!
Ahhh, gênese!! Todo ato humano ritmado é um ato ritualístico!! Ótimo poema!! A poetisa-sacerdotisa manja dos paranauês. 🙂
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Poema lindo, assim como todos os seus outros.
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