POESIA: Êxtase e desfiguração – sob influência do deus Dionísio

A ribombar os tambores

Embriagam, da tarde, os ares

Elevando altos clamores

Aos tênues raios solares


Transmuta-se em fescenino

Freme e dança em frenesi

Ferino, morde, felino

Retorno ao bicho da gênese


E libamos a Dionísio

Engolidos no crepúsculo

Em mim desliza e eu deslizo

Enquanto contraí seu músculo


É a cópula primordial

Somos besta e divindade

Na consagração ritual

É passado e eternidade


Ondeando em teu quadril

Em estrondosa corrente

Desemboco no teu rio

Ah, tão caudaloso e quente!


Então o tambor silencia

Após metamorfoseados

Lá na dança que sacia

Já, a dormir transfigurados!

2 comentários em “POESIA: Êxtase e desfiguração – sob influência do deus Dionísio

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