POESIA: GUETOS

Górgonas serpenteiam

Noite eterna global

Grasnam os umbrais do terceiro mundo

Sentinelas petrificadas

Gana e ganância s’enleiam

Elas rastejam, reptilianas

Em sincronia com os desejos

Das elites latinoamericanas

Que gozam em gala

Que é ser um playboy da América Latina?

Gritos são engolidos no gueto

Ou fica o nó na garganta

Ao toque do hino, o senhor se agiganta

Ordena o sacrifício do que não cala

Pretos, pobres, atirados na vala

Ao desvão

vão os que não tem pra onde ir

Segregados aqui

Onde o som da sirene perturba

Onde tememos que avancem

armados

os guardiões dessa ordem

Aqui, onde seu compatriota

se vem de farda, não tarda

para te tornar inimigo

Aqui, onde Deus se esconde

Não na virulência dos cultos

Mas nos gestos astutos

da gente

Crente, não no pastor, mas no direito ao mundo.

4 comentários em “POESIA: GUETOS

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