Górgonas serpenteiam
Noite eterna global
Grasnam os umbrais do terceiro mundo
Sentinelas petrificadas
Gana e ganância s’enleiam
Elas rastejam, reptilianas
Em sincronia com os desejos
Das elites latinoamericanas
Que gozam em gala
Que é ser um playboy da América Latina?
Gritos são engolidos no gueto
Ou fica o nó na garganta
Ao toque do hino, o senhor se agiganta
Ordena o sacrifício do que não cala
Pretos, pobres, atirados na vala
Ao desvão
vão os que não tem pra onde ir
Segregados aqui
Onde o som da sirene perturba
Onde tememos que avancem
armados
os guardiões dessa ordem
Aqui, onde seu compatriota
se vem de farda, não tarda
para te tornar inimigo
Aqui, onde Deus se esconde
Não na virulência dos cultos
Mas nos gestos astutos
da gente
Crente, não no pastor, mas no direito ao mundo.
Um grito a ser ecoado!
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Gritemos juntas, Maria Eduarda!
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Poesia protesto! Boa! 🙂
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✊
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