A madrugada é silenciosa.
O cachorro da vizinha não ladra, nem as roupas íntimas balançam no varal.
Tudo parado,
tudo quieto,
tudo em paz?
As nuvens no céu têm duas cores, porém o daltonismo não me deixa distinguir
entre rosa e o azul,
ou vermelho e lilás?
Não, eu não sei.
Poucos carros na rua, motoristas que nunca vi antes.
Não sei quem são,
não os conheço.
O meu coração vai com os viajantes no banco traseiro.
As luzes lá longe piscam,
piscam feito pisca-pisca na antiga comemoração natalina.
E a madrugada permanece assim…
Silenciosa,
ora úmida, ora fria.
Sem ninguém andando na rua,
calçadas vazias.
Assisto tudo isso da janela do meu quarto, aguardando algo novo para o próximo dia,
mas continuo apreciando esses fenômenos, sem cessar, ao longo da pandemia.
Um poema de momento. O clima, uma parte do dia sempre dão ótimas inspirações. Muito bom! 🙂
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Tocantemente simples. Me vi refletida.
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