Reconcentrado, numa jornada quintessência,
Sob o sombreiro do arbusto de moráceas glabras,
Eflui fragrâncias de mentrasto,
Especiaria de vegetação rasteira
Harmonizada com cravinas de carmesim intenso.
A quietude leniente,
Vereda ao desconhecido,
Às profundezas intrincadas da alma
Aturdido pela catarse lúbrica,
O silêncio se fez ensurdecedor, voraz,
Os punhos o asfixiam,
O clamor interno, soturno
Identifica o sofrimento dos ignorados:
Com suas vestes rotas, descalços,
Curvados, afaimados, descolocados,
Desabrigados, sob marquises pleiteiam acomodação…
O espírito inquieto, exacerbado,
Agora, distante de floreios, de belas palavras,
Revel com o ultraje endêmico, social e cultural,
Estimulado por um sistema coercivo,
Violento, destrutivo, regresso e bárbaro
O pêndulo, arremessado
Como lâmina amolada,
Escolhe o alvo:
As têmporas da pária,
Domada atrozmente,
Embriagada pelo inculto
Com insipidez, assente.
Utópico, não hesito.
Sonho com a reversibilidade inopinada,
O reviralho,
Com a paridade, a equidade…
Vamos ousar:
A ousadia tem em si a vocação, a capacidade e a magia de transformar!
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