Por que as pessoas cobrem suas mesas com grandes pedaços de tecidos, encobrindo assim toda a beleza de sua mobília?
Normalmente, de fazenda simplória e estampas banais, frutas, legumes ou galinhas; outras lisas, finas, de linho branco; umas vezes já rotas de tão usadas que foram; outras manchadas de macarrão ou pelo tempo que ficaram guardadas em uma gaveta, aguardando o momento ideal para serem usadas. Independente de como estejam, o fim é o mesmo: cobrir a madeira, o ferro, o plástico, a fórmica ou o vidro, preparando-o para receber alguma refeição.
Cobre-se o vidro riscado, a madeira lascada, a ferrugem, a fórmica quebrada e o plástico encardido. Envergonhados de seus defeitos, as pessoas tentam, assim, escondê-los, sem perceber que também escondem seu brilho, seus detalhes mais formosos, escondem sua beleza, sua essência.
Da mesma maneira, vestimos máscaras a todo o tempo, conforme o local em que nos encontramos, ou a companhia que temos no momento. Escondemos nossos sentimentos, nossas frustrações, procuramos disfarçar nossos defeitos e acabamos por camuflar também nossas qualidades e nosso âmago. Por vezes, o fim é o de proteger, para não macular, não machucar, mas ao esconder seus atributos– bons e ruins -, o que o outro verá será simplesmente um pedaço de pano a encobrir tudo e a todos.
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