exaustos da luta,
descansamos em travesseiros de pedra;
o gosto amargo da verdade,
invade nossas bocas,
com seu ácido veneno…
a euforia do vencedor e o desespero do vencido,
se misturam em loucos gritos;
a liberdade, que já nasceu morta,
assombra nossos ingênuos corações,
enquanto tentamos lavar as mãos em águas sangrentas…
chamas incontroláveis consomem a cidade,
destruindo histórias e tesouros…
Sonhos e futuros se dissolvem na fumaça…
a calmaria que emana das valas profundas,
enregela nossos ossos;
corpos inocentes adubam a terra,
fecundos jardins da morte…
sem tempo para lamentar,
trocamos as fardas imundas,
esquecemos nossos crimes,
e pedimos,
em orações cuspidas ao vento,
que aqueles que amamos,
jamais encontrem seres iguais a nós.
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