Há quem chore de alegria.
Há os que choram por tristeza.
Há os que não têm força nem para chorar.
Secaram as lágrimas.
Deu-se a estiagem de sentimentos.
A alma racha como o solo.
E, as fendas se encontram no inconsciente.
A gritar passivo por ajuda.
No agreste, o mandacaru reina soberbo.
No charco, o arrozal encharcado vive solenemente.
No corpo o peso da água é mais da metade.
Somos águas-vivas.
No planeta, setenta por cento é água.
Somos praticamente água
imersos em mais água.
Diluímo-nos.
Ficamos irreconhecíveis
Mas, ainda há a lágrima que
não quer existir.
A dor que não quer aportar
nesse oceano de mágoas.
No cais da sobrevivência,
as amarras apodrecem.
Silenciosamente.
Gradualmente.
Até que nos vem a desatar.
Espetáculo cíclico.
Sustentáculo mítico.
A mentira é uma verdade acanhada.
E é bem isso mesmo. Pra quem dizer o há no peito, se esses mesmos só veem espelhos??
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