POESIA: NEVER MORE, MOM

A visão ficara turva

Engasgava com o próprio sangue

Os primeiros gritos não comoveram

Os soluços subsequentes não comoveram

As lágrimas escorrendo pelo rosto não comoveram

Aquela visão de presa abatida só causara prazer

Ao terminar todo aquele ritual

Tomou um banho gelado

Sentou-se a mesa

Serviu-se de um cálice de vinho tinto seco

E saboreou calmamente um pedaço de cordeiro cru

Ao terminar, usou um guardanapo e checou em um espelho de bolso se havia

Borrado o batom, meditou por alguns minutos ainda na mesa

Levantou-se devagar

E voltou ao abatedouro para começar a desossar a própria mãe

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