Um passo e depois outro e depois vários.
É assim que sigo a minha jornada:
um passo após outro, temeroso, tímido, arredio.
Meço os meus dias com cautela,
como quem teme o calendário.
como quem anseia pelo ponto de chegada,
mesmo tendo acabado de partir.
Desconheço toda a estrada.
Desconheço o meu algoz
e o meu redentor.
Repito os mesmos passos
da minha avó e da minha mãe
e de todas as que vieram antes delas
mesmo deus, dívidas e dúvidas.
Mesmas noites insones sob a lâmpada
fluorescente.
A vida se repete como um ciclo infinito:
nasci, amei, fui amada, chorei, alimentei sonhos, mataram-me algumas vezes,
ressuscitei.
É preciso morrer de vez em quando para experimentar a vida com mais desejo.
O que vem depois do fim?
Talvez recomeço, talvez nada.
Eu aceito a primeira hipótese. E você?
“A vida se repete como um ciclo infinito”. Adorei o texto, lindo lindo!
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