Às vezes penso no meu corpo
O que acontecerá depois da minha morte
Não que eu realmente me importe
É mais uma curiosidade de um morto
Será que me enrolarão em uma mortalha?
E me enterrarão em um cemitério?
A verdade é que serei uma tralha
Saída sem órgãos do necrotério
Que me joguem em uma vala qualquer
Para virar comida de vermes e animais
Não sinto um apego sequer
Com esse receptáculo orgânico mais
Talvez me joguem no mar
Para acabar na escuridão profunda
Ou então me deixem queimar
Transformando-me em uma cinza imunda
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