O lago permanece sereno e tranquilo na noite
Perigoso. Fundo. Desconhecido. Perigoso e atraente.
E no escuro a chuva se aproxima.
Vem como toda chuva
O vento faz a superfície da água vibrar em pequenas ondas
As gotas da chuva, mansas, acariciam, se misturam, se fundem
Antes parada, a água do lago se movimenta lentamente e devagar
Surge uma sensação pesada de urgência
Que mostra que essa chuva é mais forte
Uma tempestade com raios e trovões
O vento da tempestade faz as folhas caírem sobre a água do lago
Deixando cicatrizes, marcando, mudando e criando uma ilusão
O lago agora agitado recebe as gotas da chuva que caem fortes e mais fortes
Violentas
Duas formas de água que agora se tocam e se fundem
Unidas, a distância, pela força da natureza
Se tornam por um momento uma coisa só
A tempestade cai e as gotas d’água afundam na imensidão
A água do lago sobe com o impacto e por um instante
Parece ter força para alcançar o céu onde a tempestade está
E assim como começa, acaba
E quando a água serena, por fim
Tudo está igual e ainda assim, tudo mudou
Para sempre.
Belo e profundo! Pude me prender nas imagens que o poema transmite, e me ver como se eu fosse um telespectador transeunte. O final do poema foi expetacular : filosófico, sereno e belo. Parabéns, e aplausos pelo brilho!
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