POESIA: COMO ÁGUA

O lago permanece sereno e tranquilo na noite

Perigoso. Fundo. Desconhecido. Perigoso e atraente.

E no escuro a chuva se aproxima.

Vem como toda chuva

O vento faz a superfície da água vibrar em pequenas ondas

As gotas da chuva, mansas, acariciam, se misturam, se fundem

Antes parada, a água do lago se movimenta lentamente e devagar

Surge uma sensação pesada de urgência

Que mostra que essa chuva é mais forte

Uma tempestade com raios e trovões

O vento da tempestade faz as folhas caírem sobre a água do lago

Deixando cicatrizes, marcando, mudando e criando uma ilusão

O lago agora agitado recebe as gotas da chuva que caem fortes e mais fortes

Violentas

Duas formas de água que agora se tocam e se fundem 

Unidas, a distância, pela força da natureza

Se tornam por um momento uma coisa só

A tempestade cai e as gotas d’água afundam na imensidão

A água do lago sobe com o impacto e por um instante

Parece ter força para alcançar o céu onde a tempestade está

E assim como começa, acaba

E quando a água serena, por fim

Tudo está igual e ainda assim, tudo mudou

Para sempre. 

Um comentário em “POESIA: COMO ÁGUA

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  1. Belo e profundo! Pude me prender nas imagens que o poema transmite, e me ver como se eu fosse um telespectador transeunte. O final do poema foi expetacular : filosófico, sereno e belo. Parabéns, e aplausos pelo brilho!

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