palavra é Sol do meio-dia
no ápice lança sua máxima luz
quer descortinar todas as coisas
num feixe quase fisga
o absconso
acena e escapa
do centro do firmamento
ilumina a estrada que leva ao encontro
de andarilhos
estrangeiros no desvario de dizer
a palavra arde inclemente
e queima e cansa
e, enquanto revela, também mente
palavra habitante do norte
mote da andança
mas no fim do dia
todos quedos na escuridão da noite imensa, infensa!
palavra, crime que compensa!
é o que resta
ao poeta, ao pobre, ao pensamento
lavrar no crescente fértil
do coração
que transborda em tempo de cheia
quer traduzir o que corre pela veia
alquimia de Sangue em Sol em Som
dizer e desvelar
o vilarejo da infância.
Metendo a metalinguagem assim goela abaixo, quase fico engasgado e sem garbo! Mas que nada… Adorei a poética empreitada. Muito bom! 🙂
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