Eu sinto muito
Eu sinto tanto
Mesmo quando não quero sentir nada
Eu sofro
E sigo a sina do poeta
Eu choro lágrimas sólidas
Como cera de vela
Que queima e arde a pele
Eu sangro por dentro
Hemorragia interna
Mas não é fatal
Não fisicamente
Quanto aos meus sentimentos
Eles me enlouquecem
Eles me adoecem
Me fazem perder o juízo e a razão
Escrevo por sobrevivência
Diário do sufoco, de alívio
Tenho uma caneta, marcas
E lágrimas de fogo nas minhas mãos
Não sei quando me perdi
Mas não encontro o caminho de volta
E talvez nem faça sentido voltar para lá
Preciso de uma nova rota
Deixar me guiar para uma nova resposta
Quem sabe meus versos me permitam voar
Mas é noite ainda
E meus olhos não me deixam enxergar
Então tenho uma vela
Um caderno velho
Um copo vazio
Meus olhos cansados
E as lágrimas quentes que queimam meu rosto
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