
A manhã era apagadiça
O sol brilhava timidamente
Por entre nuvens coadjuvantes
Os pássaros cantavam amuados.
Havia algo sinistro no ar…
O breve uivo do vento.
O olhar transversal dos passantes.
Um silêncio intrínseco.
Insuportável evento.
Diante da dobradiça
A chave decifrava convincente.
Os presentes insistiam em ser ausentes.
Havia algo sombrio no ar…
A notícia da morte do mestre.
O luto encardido
Lágrimas pungentes.
Vocábulo mordido.
Exéquias.
Capela.
Corpo e rito.
Fim do enterro.
Fim das obséquias.
Então, o fim nos atropela.
O discurso.
O gesto molhado de lágrimas.
A ideia de um busto.
Almas magérrimas.
Tropeçando no percurso.
Escorre na latrina
o grande significado de tudo.
Eis a doutrina:
Somos mais iguais na morte.
Que na vã alegria.
Belíssimo texto!
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Bravo!!!
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Maravilhoso
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