Reencontro – Edilene Faria

Estar só, sentir-se só.

Cada pedaço de mim é um ato poético no frio universo cosmopolita.

Não quero sentir esse frio, esse medo.

Recuso-me a dar de cara com toda essa sangrenta forma de viver.

Sangra no status do ter;

Sangra no reboque suavizado sobre a face;

Sangra na mentira que contamina;

Sangra na inocência que beira a demência;

Sangra na atitude insana da negação…

Não quero estar envolta nessa correnteza vermelho-sangue.

Não quero expor meu deleite diante da falsa promessa de existir e…

Continuo só, em mim.

Sem eira, nem beira.

Solta, a deriva no revolto encontro das águas.

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