
Revoa os pássaros febris a suas tristes gaiolas
– Estou à registrar suas passagens:
Vagos, discretos, voam ao anonimato,
Cambaleando uns nos outros – perdidos!
Bem ao longe, o limiar da aurora desponta:
A noite está se indo com eles,
Arrastando seu pesado manto escuro,
Agonizando lentamente à inciso golpe – maviosa luz –
Obrigando os vazios desorientados a
Buscarem buracos para se esconderem de si mesmos.
E eu…
Eu fui deixado para trás, esquecido:
Um inseto sem asas, sem patas, sem vida,
Incapaz de se mover.
– A última testemunha de si mesma.
E o vento soprava silêncio;
E o silêncio abraçava o cortejo das ondas;
As ondas apagavam as pegadas na areia;
A areia, por fim, esquecia da noite;
A noite, comigo, morria…
Somente o mar há de lembrar…
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